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Reforma tributária: até fim da transição, novo sistema pode ficar mais complicado do que o atual

Entrevista transmitida pela TV Senado no programa Agenda Econômica, com Lucas Ribeiro, advogado tributarista e CEO da ROIT, e Antônia Márcia Vale.



Você acha que a Reforma em tramitação aqui no Senado, ela de fato vai alcançar o objetivo de simplificar o Sistema Tributário  brasileiro?


Não tão cedo. Infelizmente, a simplificação deve demorar para chegar. Nós esperamos que ela aconteça ao final da transição, que está prevista para se encerrar em 2033. Então, até lá, nós vamos ter que conviver com dois sistemas tributários, o atual, bastante conhecido, muito debatido. Mas o fato é que ainda teremos um novo sistema a ser aprendido, a ser entendido, inclusive pelos tribunais, que vão ter muita discussão, com certeza, para poder reparar aquelas lacunas que, eventualmente, tenham ficado na PEC.



O que você considera hoje o maior problema do Sistema Tributário brasileiro?


Hoje o maior desafio são as múltiplas legislações. Então, imagina que nós temos hoje 5.568 municípios, mais o Distrito Federal, todos eles legislando sobre um tributo, que é o ISS (Imposto Sobre Serviços), que é o imposto de consumo e está previsto na PEC 45. Ou seja, na Reforma Tributária ele é transformado, é parte da Reforma, ele muda para o IBS (Imposto Sobre Bens e Serviços), mas o Imposto Sobre Bens e Serviços é compartilhado com os estados, que são mais 27 unidades federativas. Ou seja, nós temos as 5.568 legislações, mais as 27 legislações diferentes, uma para cada estado, isso para o ICMS. 

Isso, logicamente, torna o sistema muito complexo, difícil de acompanhar atualizações e, principalmente, gera muito debate, não só no Poder Judiciário, mas até mesmo na esfera administrativa. Ou seja, ele onera o contribuinte, seja ele o município ou o estado e ainda onera o Poder Judiciário.



Agora, você está falando de 5.568 legislações de ISS, mais 27 de ICMS, mas isso tudo vai ficar reduzido a uma só. O problema que você vê é a simultaneidade desses dois processos?


A simultaneidade é um dos desafios, com certeza. Nós ainda temos não só o IBS, nós teremos também, com a Reforma Tributária, a CBS. Hoje, PIS e COFINS têm muitos debates sobre o que se gera de crédito do PIS e da COFINS e o que não gera. Então, essa discussão toda faz com que as empresas vivam um cenário de muita insegurança jurídica. Isso é algo que se pretende corrigir com a Reforma Tributária, na migração do PIS e da COFINS para a CBS, a Contribuição sobre Bens e Serviços, e é o IBS com a CBS que resultam no IVA, no Imposto Sobre Valor Agregado. 

Obviamente, o momento de transição, esse momento de 10 anos que nós temos de espera, seguramente vai tornar um cenário onde nós temos não os tributos de hoje apenas, mas os tributos novos incrementados, em fluxos de transição diferentes ano após ano, que vai exigir das empresas uma análise de precificação, de planejamento tributário, ou seja, muitos aspectos que fazem com que essas empresas tenham o seu ônus majorado durante esse período e não reduzido. Ou seja, a simplificação não chega agora, pelo contrário, ela talvez até se torne mais complexa. 

Por outro lado, quando a gente pensa lá em 2033, nós teremos outras complexidades. Então, nós poderemos ter uma alíquota para cada município, porque a tributação não será mais na origem, será no destino. Nós teremos ainda, muito provavelmente, o imposto seletivo, que é o imposto cumulativo, é o imposto por dentro, que está previsto na PEC 45 também para a substituição do IPI.



Mas falando nessa questão do imposto seletivo,  já tem algumas exceções e parece que alguns setores querem ampliar essas exceções. A Confederação Nacional da Agricultura conseguiu, por exemplo, que esse imposto não seja cobrado sobre os insumos da agricultura. Agora, a indústria também quer que ele não seja cobrado sobre os insumos da indústria. Como é que fica essa questão na negociação? Esse imposto pode acabar?


Pode. A nossa expectativa técnica é que ele acabe, de fato. Ele é um imposto bastante perigoso, ele é um imposto do Poder Executivo, ele não respeita anterioridade, ele não precisa dos 90 dias para poder ser exigido do contribuinte, então ele pode ter qualquer alíquota. Isso tudo faz com que ele não seja bem o IPI, ele seja mais do que o IPI, inclusive, porque o IPI é um imposto sobre produtos industrializados. O que se tem para o imposto seletivo hoje se amplia, porque ele vai nas operações, então tanto de industrialização como até mesmo de comercialização. A nossa expectativa, sim, é que ele deixe de existir até o final e a Reforma Tributária venha sem ele, provavelmente com o IVA majorado. Mas honestamente eu não vejo muito espaço para isso no momento.



Se você acaba com o imposto seletivo, não se consegue, por exemplo, esse incentivo através de tributos que existem em todo o resto do mundo, para se reduzir. Por exemplo, produtos que geram poluição ao meio ambiente, que aumentam a emissão de carbono, como é que fica essa questão, se a gente pensar do ponto de vista também de equilíbrio ambiental?


A mecânica nos outros países de IVA, em regra geral, são feitas utilizando uma alíquota majorada. Então, vamos imaginar que a alíquota do IVA no Brasil passe a ser de 25%. Essa alíquota é a alíquota padrão, tem a alíquota reduzida para aqueles produtos que eu quero estimular, como, por exemplo, ou quero facilitar o acesso, como medicamento, como educação, itens de primeira necessidade para a saúde, cesta básica, esses têm a alíquota reduzida. E aqueles que eu quero desestimular, porque geram prejuízo à saúde ou ao meio ambiente, esses têm a alíquota majorada. Então, teríamos uma alíquota de 25% padrão, uma alíquota reduzida de 10%, por exemplo, e uma alíquota majorada de 40%. Esse seria o modelo mais adequado, pensando nos outros países.



Mas o que for feito no Senado de modificação terá que voltar para a Câmara e o que veio da Câmara já foi esse imposto, da forma como ele se apresenta. Então, do seu ponto de vista, é necessária uma mudança mais ampla da proposta da Reforma?


Com certeza. Nós já temos mais de 280 emendas apresentadas pelos senadores na CCJ para alterar a PEC 45. Isso, seguramente, é um volume bastante expressivo. significa que há um desconforto dos senadores, dos setores, dos governadores em cada um dos estados, dos prefeitos, dos municípios e há um pleito para que, objetivamente, se tenha uma transformação do texto. Então, eu não tenho dúvida de que ele vai sofrer algumas mudanças, não as 280, ou mais de 280, mas uma parte dela, com certeza, sim.



Voltando para a questão da simplificação, se pensarmos nesses vários processos que a gente tem hoje na Justiça, em diversas instâncias, você tem processos administrativos no CAF, por exemplo, e você tem processos na Justiça Civil, nas varas cíveis e comerciais. Essa questão da simplificação, você acha que a gente vai ter problemas maiores, então, a partir do início da reforma? Você está se colocando contra a Reforma?


Não, não, muito boa pergunta. Eu sou a favor da Reforma, isso é muito importante. A Reforma Tributária é fundamental para o nosso país, para o crescimento, para as empresas, para as pessoas. O que nós vivemos hoje de sistema tributário é inimaginável, ele precisa realmente de uma disrupção, até acho que é pouca essa disrupção que está na PEC 45, poderia ser mais. Mas tirando esse lado da necessidade e da modelagem de um novo sistema tributário, é claro que muitas lacunas podem ter sido deixadas ou podem continuar no texto, e são essas lacunas que vão ser discutidas pelo setor produtivo, vão ser discutidas até mesmo pelos estados e pelos municípios. Aqueles que vão perder a arrecadação podem questioná-la e provavelmente o farão. Então durante esse período de acomodação, que é o período de transição, é provável sim que a gente tenha novas demandas. Isso deve se acomodar para que lá em 2033 a gente tenha um cenário tributário muito melhor do que temos hoje.



Esse tempo de transição, você acha que é muito longo, 10 anos? Muita gente tem dito que é um tempo muito longo, mas tem questões técnicas, né?


Bastante longo na verdade, eu acredito que ele poderia ser menor. Nós já poderíamos ter uma visibilidade muito maior sobre a formatação a partir dos dados. A Receita Federal em 2022 processou mais de 28 milhões de SPEDs, então o sistema público de escrituração digital, todas as obrigações acessórias que são entregues pelas empresas estão lá. Esses dados podem ser cruzados numa nova sistemática tributária prevista da PEC e nós saberíamos exatamente os efeitos das alíquotas, das bases de cálculos e todas as regras de incidência para que nós tivéssemos um período de transição menor. 

Isso geraria maior segurança jurídica, colocaria as empresas também num cenário muito mais confortável do ônus de transição e, por outro lado, tem um peso que é a mudança de sistema. Nós sabemos que não dá nem para a Receita Federal mudar todos os seus sistemas em tão pouco tempo, então pensar de 10 anos para 2 seria impossível, mas talvez de 10 para 5 seria muito melhor.



Em uma conversa recente que eu tive com alguns técnicos da Receita, eles dizem que já estão desenhando esse sistema e que o primeiro ano de 2024, a ser aprovada a reforma agora em 2023, é exatamente o ano de teste desses sistemas e que muita coisa já vem sendo feita, embora não esteja aparente para a população de uma forma geral. Como é que você lida hoje com esse cipoal tributário que eu falei no começo, como é que dá para simplificar esse sistema?


Muito bom. Hoje nós já mapeamos, por exemplo, na nossa tecnologia, mais de 2 bilhões e 100 milhões de cenários tributários no Brasil. Isso é um absurdo. Impensável. Imagina um banco de dados com 2 bilhões de linhas, é algo inimaginável de fato, porque isso gera muitas combinações a partir dos diferentes parâmetros e das diferentes variáveis de consequência, como nós chamamos. 

Então imagina aqui, um estado de origem, um estado de destino, um CFOP, uma operação diferente, uma NCM diferente, uma condição de quem vende e de quem compra distinta de regime tributário. Cada uma dessas combinações gera consequências de alíquotas e de bases de cálculos distintas. Então isso faz com que o ICMS ST, com que o próprio IPI, o PISA, o COFINS, o ICMS, o ISS tenham, sim, muitas variáveis complexas, não só para nós, tributaristas, mas até mesmo para os sistemas. 

Então os sistemas também enfrentam desafios para que eles estejam parametrizados da forma correta, para que eles consigam acompanhar as transições, as mudanças da legislação, da norma. Então tudo isso faz com que a tecnologia seja fundamental no dia-a-dia das empresas e, claro, também do próprio risco. O que o risco tem falado, o que a Receita Federal, o Ministério da Fazenda têm dito sobre testar o sistema no próximo ano, com certeza é uma boa prática, precisa ser pilotado isso para que a gente saiba quais são os seus efeitos. Mas não podemos deixar de considerar que muitos dos sistemas que estão há 5, 10 anos no SPED até hoje enfrentam desafios. 

Então não é simples, num país continental como o nosso, com 15 milhões e meio de empresas no MEI, mais 5 milhões e meio de empresas no Simples Nacional, mais 1 milhão e meio, 2 milhões de empresas no lucro presumido, mais as 200, 300 mil empresas no lucro real. Então regimes de tributação completamente distintos, condições de empresas distintas, sistemas distintos que precisam se adaptar.



Agora MEI e Simples ficaram fora da reforma, não entram. Não entram para esse novo sistema, até porque já tem um sistema bastante mais simplificado. Então a gente está falando aí de uma mudança que vai atingir 1 milhão e meio de empresas?


Na verdade não, porque essas 1 milhão e meio, 2 milhões de empresas, elas compram de empresas do MEI, elas compram de empresas do Simples também. Então muitas dessas 5 milhões e meio de empresas do Simples Nacional, por exemplo, são a chamada MEI de cadeia. Ou seja, ela vende para uma outra empresa, o famoso business to business, o B2B. E isso vai fazer com que estas empresas do Simples precisem apurar para se manterem competitivas na forma do regime normal do IVA. Ou seja, elas vão precisar apurar créditos e débitos como se não estivessem no Simples Nacional.



Elas vão ter que pagar tributos, então?


Vão, elas vão pagar os tributos igual a todas as outras empresas, em relação ao IVA. Então IBS mais CBS. Dentro do Simples Nacional, há uma composição com outros tributos. Contribuição previdenciária, por exemplo, imposto sobre a renda da pessoa jurídica, contribuição social sobre o lucro líquido.



Essa parte não entra agora?


Não entra agora, ela continua no Simples Nacional nestes tributos e no IVA ela faz por fora. É um regime normal, como nós chamamos. Como acontece hoje, para aquelas empresas que faturam mais do que R$ 3.600.000 no ano, elas já precisam apurar o ICMS em regime normal. Então até, ainda que o limite seja de R$ 4.800.000.



O projeto tem ainda uma outra complexidade que são exceções, né? Inicialmente eram só três alíquotas, digamos assim, a alíquota normal, a alíquota reduzida e o imposto seletivo. Agora a gente tem já várias exceções para bens de insumo da agricultura, a indústria também quer exceções para insumos da indústria, tem algumas áreas como educação, saúde. Essas exceções, você acredita que elas estão corretas e elas devem constar ou elas vão manter o sistema também complexo?


Não, o sistema não fica complexo em razão das exceções. As exceções são muito objetivas. O que ela torna é uma alíquota maior. Ao invés de nós termos uma alíquota, como trouxe o TCU no seu último relatório, uma alíquota talvez de 18%, 20%, nós temos uma alíquota padrão de 25%, 27%. Porque as exceções foram colocadas, então para que exista o reequilíbrio da composição de arrecadação tributária, ele precisa ser corrigido na alíquota. 

Então isso faz com que muito se questione sobre esses setores beneficiados. Eu entendo que eles não estão sendo beneficiados, eles estão, na verdade, reparando suas inconsistências. Por exemplo, quando nós pegamos o setor de educação, é um setor em crise no Brasil. Nós temos um déficit educacional brutal. Nós precisamos de uma política pública de incentivo às escolas, aos professores. Todos os mecanismos de ensino são necessários para que o nosso país se desenvolva socialmente, inclusive, não só economicamente. 

E além disso, tem o fato de que o principal insumo de uma instituição de ensino é capital intelectual. Ou seja, são pessoas, ela não vai gerar crédito. Então, se nós tirarmos hoje o sistema de educação que tributa pis e cofins a 3,65% e ISS muitos municípios a 2%, nós estamos falando de tirar um setor de uma carga tributária efetiva de 6, 7% para 20, 25%. Não fecha essa conta. De fato, nós criaríamos um problema para esse setor de educação, como para o setor de saúde, entre outros. Então, na prática, essas exceções não são privilégios. Elas são, na verdade, mecanismos de equilibrar o sistema tributário.



Agora, quando o governo deixa de arrecadar impostos desses setores, ele deixa de ter dinheiro para investir, por exemplo, na escola pública ou no SUS. Se a gente pensar desse ponto de vista de equilíbrio, talvez fosse melhor investir no serviço público, não?


É uma excelente reflexão. O desafio é que, muitas vezes, o setor público não tem capilaridade, ele não consegue alcançar, nem com velocidade, nem com qualidade tudo o que nós precisamos no Brasil. Nosso país é continental. Então, imagina, por exemplo, eu que estou aqui representando a Faculdade Brasileira de Tributação, existe uma faculdade só para cuidar de tributação no Brasil. Será que o Estado se preocuparia em criar uma faculdade assim? Provavelmente não. 

Então, por que não esse setor estar ali contemplado e fazer com que isso se multiplique pela sociedade? Veja que isso é uma boa prática, por exemplo, no Peru. O Peru estabeleceu não só o IVA zero para o setor de educação, como ele foi além, ele tirou todos os tributos, inclusive sobre a renda. Então, se hoje uma empresa privada quiser ganhar muito dinheiro, explorar comercialmente o setor educacional no Peru, ela pode ir para lá e fazer todos os seus investimentos e ter retorno disso líquido, sem nenhuma tributação. Por que o Peru faz isso? Para estimular a atividade empreendedora? Muito mais do que isso, ele faz para estimular o ensino.



O projeto inicial trazia o cashback, ou seja, a devolução de uma parte do dinheiro utilizado pelas camadas populacionais mais pobres para compra de alimentos e para algumas outras coisas. E tem um outro mecanismo também, que é a redução da alíquota. O que você acha que seria mais adequado?


O cashback me preocupa bastante, na verdade, porque o cashback significa dinheiro no tempo, como nós costumamos dizer. Então, imagina você que é uma pessoa que ganha um salário mínimo por mês, ela não pode esperar, ela não pode se dar ao luxo de esperar um cashback que retorna daqui 10 dias, 30 dias, ou pior, 60 dias. Então, é muito tempo, esse tempo de distância entre o gasto,  depende do tributo até a volta, até o retorno na conta corrente desse contribuinte. Isso pode ser longo demais a ponto de ele não ter o que comer, a ponto de não conseguir pagar a energia elétrica da casa dele. Então, seria mais eficaz e mais rápido que nós fizéssemos na alíquota. 

Isso é uma questão de gestão, de operacionalização. Por outro lado, o que se objetiva com o cashback é poder determinar o contribuinte. Ou seja, eu não coloco alíquota generalizada para dizer que o item da cesta básica é importante, porque todos compram o item da cesta básica e eu não sei se é o rico ou se é o pobre que está comprando. Então, o critério para se fazer isso no cashback, em tese, passa a ser melhor, esse controle de forma objetiva das pessoas que têm necessidade e não de todas as pessoas que consomem aqueles itens.



E é possível transformar isso em um processo mais rápido? Por exemplo, o Rio Grande do Sul tem alguma experiência nisso. A gente tem hoje cashback na loja, você vai no supermercado, instantâneo, passa lá, não, o preço é esse, mas como você é um cliente preferencial, você é um cliente com CPF X ou Y, você tem já um desconto ali. O governo, você acha que não tem capacidade de fazer uma operação desse tipo?


Com certeza tem capacidade, isso é possível, espero que seja assim, inclusive. Será muito mais confortável e adequado para toda a população. Mas o fato é que nós temos alguns inconvenientes importantes. Por exemplo, a empresa pode não ter recolhido ainda o imposto. Então, como é que eu vou fazer o back se eu não tenho cash? Essa é a brincadeira que você faz sempre, o cashback tem que ter entrado dinheiro para poder devolver. 

Então, a União vai antecipar esse dinheiro que ela nem recebeu ainda e ela vai ter condições de fazer isso? Que montante é esse? Então, há condições ainda que precisam ser debatidas mais amplamente, mas com certeza, se nós determinarmos um prazo curto de devolução do dinheiro, esse mecanismo pode ser muito saudável.



Qual é a mudança que você acredita mais importante a ser feita nesse momento no Senado?

Com certeza o imposto seletivo, que hoje dá superpoderes para o Poder Executivo. Isso me parece bastante temerário, principalmente do ponto de vista de segurança jurídica e de viabilização econômica dos investimentos. Então, isso pode afastar o investidor, pode afastar o empreendedor e pode afastar até mesmo o consumo por inviabilizar alguns itens que, eventualmente, possam vir a ser caracterizados como maléficos à saúde ou ao meio ambiente. Então, esse é o principal elemento que eu acredito que precisa ser modificado de forma imediata na PEC 45.



E trocar, então, por uma alíquota majorada?

Uma alíquota majorada ou, pelo menos, restringir as condições do imposto seletivo, para que ele não possa, por exemplo, ser feito pelo Poder Executivo, que ele seja iniciado pelo Senado, por exemplo.



Para finalizar, o Conselho tem recebido bastante observações, digamos assim, dos parlamentares, correto?


Sim, o Conselho Federativo, na nossa visão, ele pode ferir, sim, o Pacto Federativo. Isso por si só já é um problema constitucional, nós já temos um desafio de norma. Por outro lado, o Conselho Federativo, pode até organizar melhor o sistema, mas nesta organização, o quanto de poder se dá e o quanto de poder se tira dos entes que estão legislando ou que pretendem legislar e fiscalizar. 

Isso, com certeza, é um ponto ainda de muitos debates. Temos muitas emendas apresentadas para que o Conselho Federativo tenha a sua estrutura alterada. Então, assim como eu acredito que o imposto seletivo, se continuar existindo, precisa ter a sua estrutura completamente modificada, penso da mesma forma para o Conselho Federativo.



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08 mai., 2024
Desafios no Protheus sem Hiperautomação Fiscal, Financeira e Contábil Muitas empresas que utilizam o ERP Protheus, da Totvs, enfrentam desafios significativos em seus processos fiscais, financeiros e contábeis devido à ausência de hiperautomação, o que acaba por exigir muitas interações humanas. Importante dizer que o Protheus é um dos principais ERPs do Brasil, utilizado por mais de 70 mil empresas. Ora, se a sua empresa tem um ERP implementado e estável, como então dar “super poderes” a ele? A dependência de processos manuais e parametrizações constantes de regras fiscais, financeiras e contábeis é um grande desafio para qualquer empresa. Isso porque gera um alto custo de operação, está suscetível a erros humanos, multas, juros, autuações e, claro, fraudes. A ineficiência desses processos também pode levar a atrasos no fechamento contábil, inconsistências no balanço, problemas fiscais, de compliance e de auditoria. Sem a hiperautomação, operada majoritariamente por Inteligência Artificial, o Protheus não consegue lidar com o volume crescente de transações e as complexidades de diferentes tipos de documentos fiscais e não fiscais, regras de negócio avançadas em finanças e, o mais crítico, a infinidade de alterações tributárias, potencializadas agora com a Reforma Tributária. Além disso, a falta de hiperautomação nos processos financeiros, fiscais e contábeis de ponta a ponta (a disrupção end-to-end ) faz com que a sua empresa gaste uma quantidade significativa de recursos em tarefas repetitivas e operacionais, como lançamento de notas fiscais (de mercadoria, de serviços, de telecomunicações, energia, etc.), reconciliação de contas, preparação de arquivos para integração com bancos, baixas manuais, interações com fornecedores por e-mail e preparação de relatórios com informações vencidas. Isso sobrecarrega os colaboradores, desgasta a equipe com horas extras em períodos de fechamento e limita a capacidade da organização de dar foco em atividades estratégicas, como análise financeira e planejamento tributário. Sem a capacidade de automação avançada, o Protheus pode se tornar um gargalo para o crescimento e para a agilidade da sua empresa. Outro grande desafio é a integração com outros sistemas e plataformas. Por não estar em nuvem e não contar com uma ampla camada de APIs para integrações, é uma luta colocar o Protheus para conversas com outras soluções. Isso pode levar a problemas de visibilidade de dados e fluxo de informações entre departamentos, complicando ainda mais a gestão financeira e a precisão das informações contábeis e tributárias. A incapacidade de integrar sistemas de maneira fluida e automática pode resultar em silos de informação, onde dados críticos são isolados e não utilizados eficazmente. Por essa razão desenvolvemos um módulo dentro do Protheus, que se comunica com a camada de APIs da ROIT, permitindo integrá-lo com mais de 700 soluções, além da Esteira de Invoice-To-Pay:

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Inovação em Governança
Por Lucas Ribeiro 09 abr., 2024
ESG (Environmental, Social, and Governance) representa um conjunto de critérios utilizados para avaliar as práticas sustentáveis e éticas de uma empresa, refletindo seu impacto ambiental (E), responsabilidade social (S) e qualidade de governança (G). Felizmente, muitas empresas têm feito progressos significativos nos aspectos ambientais e sociais, concentrando esforços em reduzir suas pegadas ecológicas e promover práticas melhores de trabalho. Mas é um fato também que o componente de governança frequentemente recebe menos atenção. Talvez seja pela crença de que os grandes ERPs resolvem tudo quando o tema é gestão e qualidade do Back Office . Não vamos tirar o mérito dos softwares de gestão, pelo contrário, eles são fundamentais. Mas são operados por pessoas, que podem errar, intencionalmente ou não, por serem guiados por processos muitas vezes não eficientes, presos ao passado. Logo, para realmente fortalecer o pilar de Governança, o que as empresas devem buscar é assegurar que seus processos financeiros, fiscais e contábeis sejam conduzidos com a menor dependência possível de intervenção humana para garantir a efetividade de todos os pressupostos de ESG. Nesse contexto, a Inteligência Artificial surge como a principal força transformadora do back office , a partir do momento em que os processos podem ser completamente repensados, baseados em aprendizado histórico e aprendizado contínuo, reduzindo significativamente a necessidade de atuação humana desde a origem até a conclusão de todas as etapas envolvidas. Uma outra mudança fundamental pode ser viabilizada com o uso da IA: os lançamentos financeiros, contábeis e fiscais serem iniciados e guiados exclusivamente com um documento (nota fiscal, contrato, boleto, etc.) sem contato humano (touchless document) , algo distante da realidade para muitas empresas que ainda recebem notas fiscais por e-mail (ou fisicamente!) e dependem de um usuário para iniciar e concluir os lançamentos no ERP. Mas sem isso não é possível cumprir a meta de governança em ESG. Essas questões foram superadas pela Equatorial Energia, por exemplo, que sempre investe em inovação e nas melhores práticas ESG. Uma das soluções de IA utilizada é a de I nvoice-To-Pay, da ROIT, com o processo completo de recebimento de notas fiscais de serviços diretamente no Portal do Fornecedor, com processamento completo em menos de 6 minutos, em média, considerando validação de pedido de compra, folha de medição, análise fiscal com IA, contas a pagar e lançamento completo no SAP. Além da redução expressiva de tempo e do aumento de eficiência, a Companhia garante a transparência máxima com fornecedores e o compliance fiscal, itens essenciais no conjunto das melhores práticas de ESG. Libertar as pessoas dos processos de Back Office também aciona o componente Social de ESG, ao permitir que as pessoas se dediquem às atividades mais nobres da Companhia e melhor remuneradas, a partir do consumo de dados em tempo real com Analytics poderosos. Isso é ESG. É permitir que as pessoas cresçam com mais velocidade e se desenvolvam, ao mesmo tempo que são reduzidas as ineficiências de Back Office , que prejudicam o componente de Governança, que turvam a gestão sobre dados passados e obsoletos (fechamento contábil depois do dia 5? Convenhamos, é informação vencida, já foi e não há muito a ser feito). A Governança tributária também é um componente ESG e exige muito mais do que atenção e boas equipes com muito conhecimento; exige cruzamento poderoso de grandes volumes de dados com bases amplas de conhecimento. O SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) é a fonte confiável e oficial dos dados tributários e a primeira a ser analisada e questionada pelo Fisco. O que viabiliza, por outro lado, o uso desses dados estruturados para serem comparados com os de outras empresas, de forma anonimizada (algo que a própria Receita Federal faz). Um bom exemplo de aplicação da IA nesse processo de governança tributária é a solução Tax Deep Discovery, da ROIT, capaz de analisar enormes volumes de dados tributários e financeiros, identificando padrões, inconsistências e oportunidades de otimização fiscal, a partir do cruzamento com mais de 2,1 bilhões de cenários já mapeados. Esse nível de análise e automação não apenas aprimora a conformidade e reduz riscos, mas também fortalece a confiança dos stakeholders, ao garantir que as práticas tributárias da empresa estão alinhadas com os mais altos padrões de integridade e transparência. Além disso, a IA consegue identificar riscos potenciais que poderiam passar despercebidos pelo olhar humano, oferecendo insights valiosos para uma tomada de decisão mais robusta. Isso significa que, ao invés de simplesmente reagir a problemas de compliance quando eles surgem, a Companhia pode se antecipar, evitando complicações antes mesmo que elas ocorram. A IA está se tornando indispensável para empresas que querem manter suas operações eficientes e alinhadas com os valores de sustentabilidade e responsabilidade social que definem os critérios ESG. A chamada “Agenda Verde” em matéria tributária foi contemplada, inclusive, pela Reforma Tributária, na Emenda Constitucional 132/2023, promulgada em 20/12/2023 com a inclusão expressa dos componentes de ESG: Art. 145, §3º “O Sistema Tributário Nacional deve observar os princípios da simplicidade, da transparência, da justiça tributária, da cooperação e da defesa do meio ambiente”. Diante da alta relevância do compromisso ESG e dos seus impactos positivos para toda a sociedade, cada vez mais empresas buscam inovar em Governança, aplicando IA no Back Office, com hiperautomação, mudança de cultura e, principalmente, repensando processos e sua forma de se relacionar com clientes e fornecedores. Com mais de 500 empresas, médias e grandes, já atendidas pela ROIT, tive o privilégio de conduzir ou acompanhar boa parte delas em sua transformação digital em Governança do Back Office e Governança Tributária, usando nossas soluções de IA nos últimos 5 anos. A partir disso, fiz um breve resumo em 7 passos, que pode facilitar a integração bem-sucedida da IA na governança, além de reforçar o comprometimento com as melhores práticas sustentáveis e responsáveis, essenciais para uma sólida estratégia ESG: 1. Defina com clareza os objetivos e dê poder para uma condução transversal entre diferentes áreas Um dos grandes desafios para a transformação efetiva do Back Office , alinhado com as melhores práticas de ESG, é o fato de envolver diferentes áreas, pessoas e até diretorias. Não são raros os conflitos entre o diretor de compras, o CFO, o Head de Tax, o diretor de contabilidade, a auditoria e, claro o CTO, porque se trata de mexer nos processos, nos times e na tecnologia de todas essas pessoas e muitas outras. Integrá-las (de verdade) exige que o CEO dê poder para uma delas conduzir a transformação. Nos nossos clientes, temos visto a liderança partir de uma diretoria de transformação digital diretamente ligada ao CEO e, em muitos casos, liderada por Tax, apoiada pelo CFO. Em todos os casos, com apoio indispensável de TI, para garantir a segurança e integração assertiva com o ERP. 2. Jogue fora os vícios e processos ultrapassados Muitas empresas (equivocadamente, na minha humilde opinião) gastam meses mapeando processos para só automatizá-los depois. Além de um desperdício tremendo de tempo e dinheiro, isso é “robotizar o erro”. Esqueça o “AS IS” e foque no “TO BE” inovador, com foco em como obter resultados superiores, com o Mínimo Humano Possível. 3. Teste diferentes tecnologias e soluções antes de escolhê-las Pesquise e selecione as ferramentas e soluções de IA mais adequadas, que tragam conteúdo e as melhores práticas, em nuvem, com alta escalabilidade, segurança e, principalmente, que atendam ao conceito de OTT (Over-The-Top) . Quanto mais agnóstica a solução, melhor, para comportar o crescimento e evolução da sua empresa. Teste as soluções, comparando tudo que foi feito nos últimos 3 meses, por exemplo, no seu Back Office , para serem operados pela solução de IA. Isso garantirá uma análise legítima baseada no seu cenário, na sua realidade de complexidade e especificidades. Mas sem se prender ao “COMO”, afinal, o processo precisa ser melhor, o “TO BE” tem que ser inovador. 4. Deixe as pessoas tranquilas para inovarem, com a transformação digital responsável: cultura, transparência e comunicação Quando as pessoas entendem o poder da IA elas ficaram realmente preocupadas. Elas passam a acreditar que a perda do seu emprego ou do seu poder é algo factível e de curtíssimo prazo. Por isso, é fundamental tranquilizá-las, com planos de realocação e crescimento profissional, acompanhados pelas disrupções dos processos, métodos e tecnologias que serão implementadas. Fomente uma cultura organizacional que valorize a inovação, a aprendizagem contínua e a sustentabilidade. Mantenha a transparência sobre o uso de IA e seus impactos nos objetivos de ESG com stakeholders internos e externos. Comunique progressos, aprendizados e sucessos regularmente, promovendo uma imagem positiva da empresa. 5. Implementação Gradual com Quick-Wins Comece pelo que dói mais. As áreas mais críticas e com maiores volumes são as que podem gerar ganhos rápidos e comprovar o valor da inovação. Muitos dos nossos clientes na ROIT da solução de Invoice-To-Pay, por exemplo, começaram implementando a transformação no fluxo completo de Notas Fiscais de Serviços Tomados, que não têm padronização e são recheadas de complexidades, erros, multas e até autuações fiscais. Com poucas semanas já conseguem resolver problemas crônicos que se arrastam por anos. 6. Monitoramento e Avaliação de Indicadores Comparáveis Defina com clareza o que é esperado pela inovação em Governança do Back Office , com KPIs possíveis de serem monitorados. Minha sugestão é usar “ % de documentos SEM intervenção humana ” - que pode iniciar baixo, e com o aprendizado e retreino de IA pode atingir níveis superiores a 95% - e “ Tempo Médio de Intervenção Humana ”- para medir as exceções que exigirem ação humana, o tempo deve ser o menor possível, afinal, o tempo é raro e caro. Deve ser utilizado em atividades nobres, nas análises profundas e decisões estratégicas. 7. Feedback e Melhoria Contínua A inovação de hoje estará defasada em breve, por isso é fundamental poder reavaliar, repensar e evoluir os processos facilmente, com uma solução low-code e de alto poder de aprendizado de IA. Até aqui é o presente, talvez emergencial em muitos aspectos, dependendo do nível de eficiência em Governança que a sua empresa está hoje. Mas saiba que o FUTURO DA GOVERNANÇA É EM BLOCKCHAIN: com transparência e segurança inquestionáveis, com execução automática e auditoria real-time de todas as operações contábeis, fiscais e financeiras. A adoção de registros contábeis e financeiros em blockchain é uma revolução para a governança corporativa, trazendo um nível inédito de confiabilidade para as operações empresariais. Essa tecnologia de natureza descentralizada e imutável, permite que as transações sejam registradas de maneira segura e inalterável, garantindo a integridade dos dados financeiros, sem espaço para criatividade contábil e manipulação fiscal. Para empresas comprometidas com as práticas de ESG, o blockchain é uma ferramenta poderosa para fortalecer a confiança dos stakeholders , incluindo o fisco. A implementação de registros em blockchain pode simplificar auditorias, reduzir a possibilidade de fraudes e erros humanos, e garantir uma verdade única e confiável sobre as posições financeiras da empresa. Isso melhora radicalmente a eficiência operacional e posiciona a empresa na vanguarda da inovação em governança, alinhando suas práticas de gestão com os mais altos padrões de responsabilidade e integridade exigidos hoje pelo mercado e pela sociedade. Se você quer impulsionar o sucesso da sua empresa e da sua carreira entre em contato com os nossos especialistas em Inteligência Artificial e conheça nossas soluções: roit.com.br
Por Lucas Ribeiro 26 mar., 2024
Muitas empresas ainda enfrentam o crônico desafio da ineficiência em gestão de compras, escriturações fiscais de entradas e pagamentos a fornecedores. Erros, atrasos, multas e juros são apenas alguns dos reflexos percebidos por diferentes áreas, principalmente dos requisitantes, que precisam atender e contornar situações desastrosas com fornecedores, quando não precisam se preocupar até mesmo em lançar notas fiscais e conhecer regras de retenções, bases de cálculo e alíquotas (um absurdo, convenhamos). Os fornecedores têm até evitado trabalhar com grandes corporações que, apesar da capacidade financeira admirável, acabam por atrasar ou dificultar demais o recebimento de notas fiscais e pagamentos. Em geral, por pura burocracia interna. O processo de pagamento a fornecedores é dependente de várias etapas, diferentes pessoas e áreas, iniciando-se na requisição de compra e percorrendo uma extensa jornada que envolve validações fiscais e contábeis, até alcançar o departamento de contas a pagar e, finalmente, serem processadas no banco. Esse labirinto operacional é ainda mais complicado pela diversidade e pelo volume de documentos — notas fiscais de mercadorias adquiridas, notas fiscais de serviços tomados, conhecimentos de transporte, faturas, notas de débitos, boletos bancários, invoices, pedidos de compra — que chegam em momentos distintos, formatos diversos (XML, PDF, Imagem) e por diferentes canais (e-mails, baixas automáticas, portais, etc). As médias e grandes companhias, agora mais do que nunca, precisam adotar estratégias de centralização e hiperautomação, confiando a gestão integral do fluxo para “ Procure-To-Pay ”, uma área com super poderes, já implementada por muitas companhias globais. É a área de P2P a responsável por integrar e otimizar essas operações, garantindo agilidade, precisão e, sobretudo, pontualidade nos pagamentos e no relacionamento com fornecedores e requisitantes internos. Para garantir o sucesso da implementação em Procure-To-Pay é essencial a implementação da Inteligência Artificial e da hiperautomação, introduzindo a capacidade de aprender e de se adaptar a padrões complexos e tomar decisões. Isso aumenta a assertividade, a velocidade de processamento e reduz o risco de erros humanos, além de liberar recursos valiosos para tarefas mais estratégicas. À medida que avançamos para um futuro cada vez mais digitalizado, a hiperautomação end-to-end , alimentada pela inteligência artificial, define o novo padrão para a excelência operacional no universo do P2P, prometendo transformar radicalmente a maneira como as empresas conduzem suas operações financeiras. A integração de compras, contabilidade, gestão de fornecedores, recebimento fiscal, controladoria, tax , tesouraria (contas a pagar) e até auditoria, por si só, já representam uma baita transformação e evolução. Mas quero destacar aqui dez tendências que acredito serem as principais em Procure-To-Pay nos próximos 5 anos, em busca de eficácia operacional e excelência estratégica: Hiperautomação End-To-End do Processo de Pagamentos, com aplicações de IA : a hiperautomação utiliza uma combinação de tecnologias, incluindo Inteligência Artificial (IA), robotização, big data e analytics, para automatizar todas as etapas de processos de P2P de ponta a ponta, das mais simples até as mais complexas. Isso não apenas acelera o ciclo de pagamento, mas também elimina erros humanos. A abordagem da ROIT para incorporar IA reflete esta tendência, possibilitando a análise e processamento automáticos de notas fiscais, boletos, invoices e faturas, de ponta a ponta, oferecendo insights preditivos que otimizam as decisões financeiras. Conheça a Esteira de Invoice-To-Pay: 2. Integração Perfeita entre Compras, Fiscal, Contábil e Contas a Pagar : a integração entre essas áreas é fundamental para maximizar a eficiência operacional e reduzir atritos no processo. O desafio da transformação é reunir os líderes dessas áreas e convencê-los a entregar boa parte de suas atividades para uma plataforma única de hiperautomação. As empresas que o fizeram colhem os frutos dessa mudança, conseguem ter visão integral e real time do processo, além de serem extremamente estratégicas na gestão e tomada de decisões. 3. Gestão Compartilhada com Fornecedores e um Portal de Fornecedores Self-Service : o Portal de Fornecedores é utilizado por diversas companhias, mas muitos de maneira limitada e onerosa operacionalmente ao fornecedor. A tendência que acredito é de Portais realmente colaborativos, que ofereçam facilidades aos fornecedores, como cadastros rápidos, atualizações automáticas, validações de conta bancária em tempo real (sem a necessidade de enviar comprovante da conta bancária), envio e acompanhamento de documentos, notas fiscais, faturas e boletos, possibilidade de antecipar recebíveis em poucos clientes e, até mesmo, gerar relatórios prontos de tributos retidos. Tudo isso já é possível com o Portal do Fornecedor da ROIT ;) Veja mais no meu outro artigo Melhores Práticas para a Implementação de um Portal do Fornecedor e os Benefícios para Gestão de Compras e Contas a Pagar . 4. Detecção e Prevenção de Fraudes : a utilização de tecnologias avançadas para identificar padrões anormais e potenciais fraudes com IA é essencial para garantir a segurança do processo que mais movimenta recursos financeiros em uma empresa, o Procure-to-Pay (P2P). Notas canceladas, contas bancárias falsas, boletos divergentes, notas fiscais fabricadas e registros contábeis falsos, exigem soluções tecnológicas sofisticadas de combate à fraude. Confiar exclusivamente na vigilância humana para monitorar essas atividades só aumenta a probabilidade de erros e desvios financeiros. Para saber mais sobre esse tema, recomendo a leitura do meu artigo Pagamentos Sob Suspeita: Desvendando Fraudes no Contas a Pagar e nos Lançamentos Contábeis e Fiscais . 5. Antecipação de Pagamentos a Fornecedores. Redução do Custo Financeiro aos Fornecedores : oferecer opções de pagamento antecipado beneficia tanto fornecedores, por melhorar o fluxo de caixa com condições de juros melhores (pois o risco é menor - Risco Sacado), quanto a sua empresa, que pode operar com FIDC próprio ou gerar receita de rebate usando outros fundos. Essa oferta ainda encontra resistências, em razão do efeito “Americanas”, que escolheu um caminho não ortodoxo, digamos assim. Mas é perfeitamente lícita a operação de “Risco Sacado” e pode ser contabilizada corretamente pela sua empresa, inclusive, de maneira totalmente automática, sem depender de pessoas para operar o crédito aos fornecedores. 6. Controles de Compliance e Regulatórios : manter a conformidade com as leis e regulamentos locais e internacionais é indiscutível. Mas como garantir que todas as regras de negócio sejam respeitadas pelas pessoas dentro da organização? Ainda que muitos ERPs tenham controles rigorosos, nós sabemos que a vida real é diferente e permite uma série de contornos, o que fica totalmente distante quando se tem uma IA operando em conjunto, para pré-auditar ou ainda para executar a auditoria real time no fluxo completo. Essa é uma grande tendência: auditorias em tempo real. 7. Analytics Poderosos com Relatórios Financeiros e Análises Avançadas : enquanto muita gente espera fechar o mês, a tendência aqui é de análises em tempo real, dashboards recheados de cruzamentos de dados e, principalmente, análises preditivas, baseadas em histórico e projeções. Mudança no comportamento de preços por itens, por fornecedor, por região, por período são apenas algumas das informações valiosas a serem fornecidas e consumidas pela área estratégica de P2P. 8. Blockchain para Transparência e Segurança : o blockchain tem o potencial de revolucionar o P2P, oferecendo uma segurança incomparável e transparência em cada transação, sem a interferência e manipulação humana. Embora a implementação possa ser complexa, a integração de tecnologias de blockchain nas soluções da ROIT, por exemplo, já são possíveis e garantem o que há de mais sofisticado em confiabilidade de dados. 9. Utilização de Soluções OTT (Over-The-Top) Integrando Todas as Plataformas da Companhia : a cada dia que passa temos mais soluções de tecnologia especializadas. Provavelmente você tem na sua empresa um ERP (SAP, Protheus, Oracle), um CRM (SalesForce, HubSpot), um sistema de chamados como ServiceNow ou Jira, um sistema de atendimento, um de transporte e, claro, o bom e velho Excel de guerra. Não é verdade? Mas fazer todos esses sistemas falarem a mesma língua não é uma tarefa fácil, em especial quando eles precisam entender de contabilidade, fiscal, financeiro e compras. Se você ainda não leu, reserve um tempo especial para esse artigo: Como vencer as 4 versões da verdade na gestão fiscal e financeira com IA e a Inovação OTT (Over-The-Top) da ROIT . 10. Eliminação Máxima de Etapas Humanas nos Processos, com a Aplicação do Mínimo Humano Possível : a Inteligência Artificial permite libertar as pessoas de inúmeras tarefas operacionais e analíticas, para que elas possam focar em atividades de maior valor agregado. No entanto, você já parou para pensar quanto do seu dia é consumido lendo e respondendo e-mails? Quanto tempo é necessário para aprovar um pedido de compra? E quanto a receber notas fiscais, abrir e-mails, visualizar PDFs, responder ou encaminhar essas mensagens? É provável que muitos de nós não tenhamos a exata noção desses tempos, muito menos acesso a esses dados detalhados. Essa falta de conhecimento e medição precisa nos impede de valorizar adequadamente nosso recurso mais escasso e valioso: o tempo! Por isso, uma grande tendência em P2P é o “Mínimo Humano Possível” com o controle rigoroso de Time Tracking . Você pode se aprofundar nesse artigo sobre essa tendência: Invoice-To-Pay: A Inteligência Artificial e o Mínimo Humano Possível nessa jornada . Estas tendências não são apenas transformações tecnológicas; elas representam um novo paradigma no mundo corporativo, onde a inovação, a eficiência e a segurança caminham lado a lado, quando diversos processos são repensados, recriados e unificados com IA e a hiperautomação. Se você quer impulsionar o sucesso da sua empresa e da sua carreira, em um mercado cada vez mais competitivo, entre em contato com os nossos especialistas em hiperautomação e conheça nossas soluções: https://www.roit.com.br/produto/esteira-de-invoice-to-pay
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